Ana Cristina Fricke Matte
Tutorial: Trabalho de formiguinha, o dia a dia do professor com o software livre
Liberdade, compartilhamento, colaboração… palavras tão caras à cultura livre quanto à educação. Ser professor é cada vez mais uma tarefa difícil.
Sempre foi difícil, pois nunca foi uma profissão valorizada, sempre sobrevivendo às custas de greves e jornadas duplas, mas hoje também lutando contra certas ondas mais atuais, uma querendo, numa revitalização grotesca de um passado que a pedagogia julgava ter já desautorizado, a educação exclusivamente como reprodução do conhecimento válido para a formação de meros reprodutores do saber passado por um professor-robô, e a outra, embora sem admitir estar baseada na primeira, querendo dar a uma dita internet 2.0 ou 3.0 ou não importa qual zero seja esse, a essa dita internet o poder de ensinar usando robôs-professores.
Ser professor não se resume a “passar conhecimento”: conhecimento não se passa, conhecimento se compartilha. Ser professor não permite uma existência robotizável, dado que não ensinamos robôs, mas pessoas e, mais ainda, cidadãos. Assim, um robô-professor será, no máximo, formador de reprodutores de uma parte específica do conhecimento dito válido, por mais incríveis que sejam as evoluções atuais e futuras da inteligência artificial.
Fechar os olhos ao fato de que a tecnologia proveniente de monopólios somente serve aos monopólios e que estarmos em suas mãos, situação na atual conjuntura praticamente inescapável, é servir a seus propósitos de tomar mais e mais da nossa liberdade de escolha e da nossa felicidade em compartilhar e colaborar.
O software livre hoje está, como toda e qualquer tecnologia, cada vez mais distante da compreensão do usuário final e cada vez mais próximo de uma utilização menos inteligente, mas poderia ser diferente. O motivo pelo qual isto acontece é que esse fazer, como diz nosso colega Nelson Pretto, hacker de ser do professor ficou restrito a muito menos professores pensantes (não robôs, nem robotizados pela miséria de suas condições de trabalho) do que seria necessário para mudar. A culpa não é dos professores e nem das comunidades que lutaram para criar um cenário favorável, mas compete a ambos mudar esse cenário.
Assim, nessa apresentação, venho trazer para debate uma pauta que visa unir quem trabalha nesse sentido e que pode ser resumida como trabalho de formiguinha, com o software livre possível no dia a dia do professor.
Tópicos abordados:
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- O software livre como ferramenta
- O software livre como cultura
- O software livre como didática
- Comunidades de software livre na Educação
19 de agosto – 13h30 às 16h00 – Sala 4